sábado, 8 de novembro de 2014

Emoções e Medicina Chinesa


   A interação das emoções com o corpo físico é um aspecto essencial na medicina tradicional chinesa. As sete emoções básicas relacionadas às funções orgânicas são raiva, alegria, preocupação, pensamento obsessivo, tristeza, medo e choque (pavor). Cada órgão corresponde a uma emoção e o desequilíbrio dessa emoção pode afetar a função do órgão. Por exemplo: A raiva está associada ao fígado. Numa visão mais a longo prazo, a raiva ou frustração reprimida normalmente causa a estagnação da energia vital (qi) e isso pode resultar em depressão ou desordens menstruais. A emoção da alegria está ligada ao coração.
   O desequilíbrio surge quando entusiasmo ou estímulos excessivos ocorrem ou boas notícias súbitas chegam como um choque para o sistema. A preocupação, uma emoção muito comum em nossa sociedade repleta de estresses, pode esgotar a energia do baço. Isso pode causar distúrbios digestivos e acabar levando à fadiga crônica. Pensar excessivamente ou obsessivamente sobre um assunto também pode esgotar o baço, o que causa a sua estagnação. Uma pessoa com essa condição pode exibir sintomas como falta de apetite, esquecimento de se alimentar, e inchaço após comer.

   Eventualmente, isso pode afetar o coração, fazendo a pessoa sonhar com os mesmos assuntos à noite. A tristeza ou pesar afeta os pulmões, produzindo fadiga, falta de ar, choro ou depressão. O choque é especialmente debilitante para os rins e o coração. A reação "lutar ou fugir" causa uma liberação excessiva de adrenalina das glândulas adrenais ou supra-renais, que se localizam sobre os rins. Isso faz o coração responder com palpitações, ansiedade e insônia.
   O estresse crônico oriundo do choque pode ser muito debilitante para o sistema inteiro, causando uma ampla gama de problemas. A emoção do medo está relacionada com os rins. Essa ligação pode ser prontamente percebida quando o medo extremo faz uma pessoa urinar incontrolavelmente. Nas crianças isso também se manifesta quando elas urinam na cama, o que os psicólogos associaram com insegurança e ansiedade.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Postura e Emoção . Uma abordagem psicossomática.

uase todos nós conhecemos as dores e os desconfortos da coluna vertebral. O que poucos de nós sabemos são quais os aspectos emocionais se expressam ou se escondem nestes sintomas, afinal, quais são as prováveis relações emocionais que acometem a coluna vertebral? A coluna vertebral relaciona-se com a estrutura da personalidade. É por assim dizer o eixo central do ego, que é a parte da personalidade que faz contato com o mundo externo. Problemas de coluna indicam desequilíbrios ou dificuldades na formação da personalidade ou conflitos no relacionamento com as pessoas ou com o mundo que nos cerca. A coluna trás em suas partes, determinados aspectos prováveis de relação mente e corpo relacionados a cada região. A região cervical relaciona-se à flexibilidade e amplitude de perspectivas. As duas primeiras vértebras relacionam-se mais com as dificuldades que temos na formação dos nossos conceitos e as duas últimas, a ressentimentos, e da mesma forma as primeiras torácicas.
Na altura da sétima cervical, em muitas pessoas ocorrem materializações relacionadas a ressentimentos, situações emocionais do passado mal resolvidas evidenciando saliências nesta área corpórea. Pessoas inflexíveis e de padrão de comportamento rígido tendem a calcificações na região cervical. A retificação da lordose anatômica cervical relaciona-se ao excesso de exigência sobre si mesmo e perfeccionismo. A hiperlordose cervical relaciona-se ao medo, sobretudo sustos na infância, tristeza e dificuldade de acreditar na própria felicidade. Algumas exceções acontecem em pessoas que querem ocultar o medo e “levantam o nariz”, como popularmente é referido para descrever a postura de arrogância. A escoliose cervical muitas vezes relaciona-se a uma tristeza do passado que “murcha” a pessoa, “caindo” a cabeça para um dos lados. As patologias da região cervical estão mais relacionadas à inflexibilidade e à tentativa de controlar tudo, ou de racionalizar tudo; no entanto, às vezes elas são conseqüentes a conflitos que relacionam-se a outras áreas, sobretudo da coluna dorsal. A região dorsal ou torácica relaciona-se à postura diante da vida, especialmente diante do emocional. Problemas na região dorsal indicam dificuldade de posicionamento, sobretudo diante das emoções. As calcificações na dorsal estão relacionadas a tristezas profundas. Os casos de hipercifose ( acentuação da cifose) evidenciam um esconder-se do mundo, um encolher-se diante dos fatos que não sabemos como administrar. Já os casos de retificação (perda da curvatura anatômica) relacionam-se a um excesso de exigência sobre si mesmo.
A escoliose (curvatura lateral) da região dorsal em muitos casos relaciona-se ao “encurvar-se” diante de fatos que “não sei como”, ou “não posso mudar”, ou “sou forçado a aceitar”. É muito comum acontecer na adolescência, porque o jovem não sabe como se portar. Não é mais criança, nem adulto. Para algumas coisas, os pais e a sociedade o tratam como adulto; para outras, como criança, e isso gera uma confusão muito difícil de esclarecer. As pessoas “retas”, retificadas nesta região, sofrem muito com a necessidade de ostentar o que não são. Já os hipercifóticos em geral são tristes e assumiram que a vida é triste mesmo, e nada se pode fazer para mudar. As patologias da região dorsal, em geral, relacionam-se à tristeza, por a pessoa não viver as emoções de forma equilibrada, especialmente nos casos de hipercifose. Os casos de retificação relacionam-se mais ao perfeccionismo. Ocorrem em geral nas pessoas que foram muito cobradas e que acabaram se cobrando muito, especialmente a perfeição. A região lombar está relacionada ao “ter” na vida. Problemas na lombar relacionam-se em geral a perdas, ou medo de perdas, ou de não conquistar, tanto no aspecto material, quanto emocional. A hiperlordose lombar, muitas vezes relaciona-se aos aspectos acima referidos, e em alguns casos relaciona-se à repressão sexual. É uma tentativa de “esconder” o sexo, que acontece sobretudo nas mulheres. A famosa “bundinha arrebitada” em muitos casos esconde uma repressão sexual e uma necessidade de ser dominada, ou ainda uma supervalorização da estética diante das emoções. A retificação lombar também pode ocorrer pelos motivos citados acima, e pelo perfeccionismo. Já a escoliose lombar pode relacionar-se à rejeição intra-uterina, por patologia congênita óssea, o que às vezes também acontece na sétima cervical. Algumas pessoas que sofreram rejeição, especialmente de sexo, apresentam estas patologias congênitas nesta região. As patologias da região lombar geralmente relacionam-se a medos, ou à situação de muita cobrança, interna e externa, relacionadas a questões com conotações emocionais.
A região sacral está relacionada à sexualidade. Problemas na região sacral relacionam-se a conflitos relacionados a sexualidade, sobretudo traumas e repressão. Nos casos de meninas que são esperadas meninos, é muito comum encontrarmos uma materialização sobre o sacro e dores na região. Estas mulheres, em geral, apresentam dificuldade nos relacionamentos íntimos, dificuldade de engravidar, cólicas menstruais, suscetibilidades a problemas no aparelho reprodutor (útero, ovários, seios etc.) frigidez e tendência homossexual conflitiva. (Condição sexual homossexual que só acontece porque a pessoa não se permite ter o que quer, no caso uma relação heterossexual).
Homens com esse tipo de conflito materializam menos sobre o sacro, mas também manifestam problemas com a sexualidade, tanto com os relacionamentos, como no que diz respeito à suscetibilidade a problemas no aparelho reprodutor, inclusive em muitos casos sendo estéreis e tendo tendência homossexual conflitiva. É muito importante destacar que as dores do isquiático (ciático) também estão relacionadas aos problemas de coluna da região lombar e sacral. Correspondem aos medos de seguir em frente, inseguranças diversas e dificuldade de adaptação as situações de vida, especialmente aquelas que requerem mudança de comportamento ou que transformam nossa rotina.

Não são apenas os problemas de coluna, mas todas as articulações relacionam-se à nossa capacidade de nos “articular” na vida, ou seja, capacidade de relacionamento político. Problemas nas articulações relacionam-se à rigidez e à dificuldade de superar situações difíceis. Incluem-se nesse contexto todas as “ites” que afetam as articulações e que estão relacionadas a situações desagradáveis a que a pessoa se submete mesmo não gostando, por não saber como resolver.
Quando nos referimos a “articular-se” na vida, estamos enfocando nossa capacidade de relacionarmo-nos equilibradamente sem machucar o outro nem nos deixarmos machucar, respeitando os limites de cada um, inclusive os próprios. Viver é relacionar-se de forma equilibrada; do contrário, é muito difícil termos uma perspectiva feliz e saudável. Portanto, a forma como nos relacionamos é fundamental para o nosso equilíbrio. Essa maneira equilibrada de viver constrói-se a partir da espiritualidade e do amor, que sempre deve começar pelo amor por si mesmo. O equilíbrio sempre parte do respeito mútuo entre as pessoas, o que em nossas relações é fundamental. A capacidade de se “articular” é muito importante para o êxito ser alcançado, tanto no trabalho, quanto nas relações mais próximas, e consiste na flexibilidade e maleabilidade que precisamos ter para não desrespeitarmos os outros e nem a nós mesmos. Para ser infeliz e desamado, ninguém nasce. Se, nascemos dentro de uma perspectiva negativa, é porque temos a esperança de reversão. A vida é incompatível com a tristeza e a falta de amor. Portanto, “articular-se” é relacionar-se dentro da interdependência saudável que rege o universo com respeito pelo outro e por si mesmo, sem toda a rigidez que se relaciona à maioria dos problemas articulares. Desculpem a repetição, mas no que se refere ao inconsciente, que assimila bem o que for repetido, esta repetição é produtiva: precisamos melhorar nossas relações, para que possamos mudar o mundo.



quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Inconsciente - o porão do seu cérebro.



As doenças e seus sintomas são expressões do inconsciente, assim como os sonhos. Por isso é importante resolvermos os conflitos internos para impedirmos que o inconsciente se comunique através da linguagem do corpo. Mas como entender essa parte da mente tão misteriosa? O inconsciente não é lógico, mas primitivo e antigo. Sendo assim, ele não se exprime em palavras racionais ou pensamentos realistas, e sim através de imagens, fantasias e principalmente, sensações físicas.
No inconsciente ficam os conteúdos que alteram e influenciam o comportamento, tudo que é considerado agressivo à consciência. Pode-se dizer que o inconsciente é semelhante a um porão, onde se guarda tudo que não queremos ver e onde há bem mais coisas que imaginamos.
Quando acontece algo que nos magoa profundamente, como decepções, traições, perdas, estas vão aos poucos se somando e acumulando, transformando-se em ressentimentos, mágoas, frustrações, que podemos negar conscientemente, mas tudo fica registrado em nosso inconsciente. Geralmente quando acontece algo, nossa mente busca mecanismos de defesa para evitar a dor, e os mais comuns são a negação e a repressão. Assim, negamos o que sentimos ou reprimimos. Tais lembranças são reprimidas no inconsciente como forma de defesa e censura interna. Nossa mente recorre ainda a outro mecanismo de defesa, a conversão, onde os conflitos emocionais são convertidos em sintomas físicos.
Mas conforme outras situações acontecem trazendo mais dor e que não conseguem ser expressas nem compreendidas pelo consciente, elas não somem simplesmente, mas são guardadas em nosso inconsciente; aonde vai se somando às anteriores até um momento que a mente não suporta mais e busca um canal de expressão: o corpo. Isso é a somatização. Os conflitos vão sendo somados até conseguirem se expressar.
É importante entender que não são os traumas que nos tornam doentes, mas sim a incapacidade de expressá-los, por isso se torna tão importante identificarmos nossos sentimentos e conseguirmos expressá-los, ao menos para nós mesmos. Porém, como nem sempre identificamos ou expressamos nossos sentimentos quando ocorrem, sendo muitas vezes originado durante nossa infância, a doença surge para nos mostrar que é preciso identificar algum conflito que ficou do passado. Mesmo que um sentimento seja inaceitável por parte de seu ser consciente, alerta, racional, isso não quer dizer que tal sentimento deixe de existir, mas será reprimido no inconsciente de maneira automática. Por exemplo, você encontra-se numa situação que o faz sentir raiva. Esta raiva pode ser inaceitável por parte de seu consciente, mas sem a consciência desse sentimento, você a reprime. Conforme reprimimos aquilo que nos afeta, a tensão é acumulada até que consiga uma maneira de ser extravasada, podendo ser via crise de pânico, ansiedade ou depressão.
Para aliviar essa tensão imposta pelos conflitos reprimidos, o inconsciente pode se expressar por meio da linguagem fisiológica. Assim sendo, o inconsciente expressa através do corpo aquilo que nossa psique não conseguiu elaborar. É quando se torna importante a psicoterapia. Uma das finalidades da psicoterapia é a de tornar consciente aquilo que tenha sido anteriormente inconsciente, visando a solução das dificuldades com a mente consciente e racional.
Quando há um maior entendimento das causas dos sintomas em nosso corpo, entendendo esse processo inconsciente e, principalmente, o que ele tenta nos mostrar através dos sintomas, mais facilmente poderemos encontrar a cura. Caso esteja tendo sintomas recorrentes ou não, procure um profissional com especialização em Psicossomática, que poderá te orientar como entender melhor essa linguagem do inconsciente que expressa as emoções em nosso corpo.
A aceitação e a elaboração de todo esse processo que, muitas vezes nos é mostrado através dos sintomas, nos conduz ao caminho da cura, do equilíbrio, que nada mais é que a busca de si mesmo, o self, termo usado na terminologia de Jung. Muitas pessoas resistem a esse encontro consigo mesmo, preferindo recorrer apenas ao uso de remédios, e que muitas vezes são apenas paliativos, que não eliminam a causa. O objetivo com a psicoterapia e o confronto com os próprios sentimentos não é colocar o dedo na ferida, pois na verdade a ferida já está lá. Ela não surge no momento em que é identificada, somente se torna mais consciente. É através desse passo de coragem, confrontando aquilo que está dentro de cada um de nós, é que podemos obter a possibilidade de cura.
 A chave da cura está em você mesmo, basta se deixar curar.
Equilibre-se.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Revolução do Qi

Não é nenhuma novidade que o mundo vem passando por uma imensa transformação. A cada vez mais frequente ocorrência de catástrofes naturais, bem como o surgimento de doenças vorazes e a aceleração de processos na natureza que levariam centenas de anos para acontecer, como o derretimento das calotas polares, indicam que o planeta está passando por um momento de transformação muito grande, e extremamente importante.
Nossos tempos são marcados pela velocidade. Da mesma forma que as transformações no planeta ocorrem mais rapidamente do que jamais foi visto anteriormente, a tecnologia possibilita que esta mesma velocidade seja impressa nos meios de comunicação. Alguma coisa acontece na China e, em questão se segundos, a notícia chega em uma ilha remota da costa do Peru. Não existem mais limites para o conhecimento, nem para a realização de qualquer coisa: dizem os místicos que estes são sinais de quinta dimensão, uma dimensão em que os pensamentos são poderosos, em que somos capazes de materializar qualquer coisa: nossos sonhos e também nossos piores pesadelos. Por isso é muito importante que nos encontremos conectados com nossa verdadeira essência e nossos verdadeiros propósitos. 
Estar conectado significa estar consciente. Consciente do importante papel que cada um de nós desempenha neste processo, do nosso poder de atração da realidade que desejamos ver materializada, de que cada atitude conta no processo de criação do futuro que pretendemos viver. Por isso é muito importante que estejamos em sintonia com nós mesmos, com nossos verdadeiros ideais, nossos verdadeiros desejos e aspirações. Como já dizia Confúcio, “Nossos pensamentos determinam nossas ações e nossas ações determinam nosso destino”. Da mesma forma que somos o que comemos… Aparentemente, também somos o que pensamos e teremos o que acreditamos. 
Toda moeda tem dois lados, e o momento atual também nos impõe aspectos positivos e negativos. Da mesma forma que a velocidade dos dias atuais nos move adiante, no sentido de realizar e concretizar nossos desejos e aspirações, por outro lado também dificulta muito que tomemos consciência de nós mesmos e de nossas verdadeiras motivações. Somos exigidos e constantemente estimulados a nos conectar o tempo todo – mas com o mundo exterior. O “fora” nos chama tanto a atenção que falta-nos tempo para olhar para o “dentro”. Falta-nos tempo para estarmos simplesmente sentados diante de uma bela paisagem e passar algum tempo sendo apenas nós mesmos, apenas sentindo nossos sentimentos e sonhando nossos sonhos. Estamos tão aprisionados pelo que acontece do lado de fora que nos esquecemos do que acontece do lado de dentro –  e este é o lado que realmente importa. 
Quando nascemos, somos a imagem perfeita da Serenidade. Quando o bebê está na barriga de sua mãe ele se encontra absolutamente sereno – todas as suas necessidades são satisfeitas e ele não recebe nem mais nem menos do que precisa. Mas a partir do momento em que nasce, a criança vai perdendo gradativamente esta sensação de serenidade, pois vai se “intoxicando” através dos estímulos externos. Conforme vai crescendo, a perda de contato com o interior vai se tornando cada vez maior à medida em que vamos nos encaixando nos ideais e valores de nossa sociedade. Temos de ser um monte de coisas, temos de sentir determinados sentimentos, não podemos expressar nossos verdadeiros propósitos se, acaso, eles forem contrários aquilo que o meio em que vivemos exige de nós. Evidentemente: temos de nos adaptar minimamente à sociedade e atender a seus valores e normas; entretanto, tais valores e normas representam a repressão absoluta de determinadas facetas de nós mesmos, que gradativamente sufocamos sem ter consciência sequer de que existam. 
Quando nos tornamos mais velhos, começa a exigência do TER. Temos de ter isso, ou aquilo, a roupa de marca ou o celular da moda. Tudo o que nos cerca nos induz ao consumismo – e lembremos aqui que o pós-fixo “ismo” por si só já induz a idéia de que o consumo desenfrado pode ser entendido como uma doença. É como se, através do ato de adquirir constantemente coisas, pudéssemos preencher um espaço vazio, em eterna busca pela completudo abandonada no momento do nascimento. Assim, gradativamente o “ter” vai substituindo o “ser”, e o que temos se torna mais importante do que o que somos. 

A meditação é uma das ferramentas que ajudam a "limpar" o organismo
Em muitos aspectos, podemos comparar nosso corpo a um computador. Todas estas necessidades, as exigências e a superestimulação do sistema podem ser comparados a vírus e arquivos temporários que vamos acumulando no espaço disponível. Assim, de tempos em tempos, precisamos “limpar” o computador, passar um anti-vírus, desfragmentar o sistema, para que o computador funcione melhor.
Existe uma série de ferramentas que podem servir como esta desfragmentação do nosso sistema. Podemos meditar, podemos fazer alguma atividade física que integre corpo e mente e que nos recoloque neste lugar especial que não pode ser preenchido de outra forma que não seja com a nossa própria energia. Atividades como o Qi Gong, que trabalham o corpo físico através da respiração, possibilitam que trabalhemos nossa energia de modo a nos reabastecer daquilo que há muito abandonamos: nosso estado natural de Serenidade. 
A própria palavra Qi Gong significa “trabalho da energia”, Qi significando energia e Gong, trabalho. Existem diversas modalidades de Qi Gong, mas todas elas têm em comum o princípio de trabalhar nossa energia no sentido de curar nosso corpo físico, de limpá-lo das toxinas que o estresse gradativamente vai liberando em nosso organismo. Existem certas práticas de Qi Gong que nos possibilitam captar a energia da natureza e utilizá-las em nosso processo de cura ou até mesmo no processo de cura de outras pessoas. É possível utilizar nossa energia, somada à energia da natureza, para modificar a vibração de alimentos, de ambientes e até mesmo do planeta.
Evidentemente que buscar este estado de tranquilidade em meio à natureza é incrivelmente mais fácil, mas a realidade é que temos de desenvolver métodos que nos possibilitem alcançar este estágio e estado de espírito onde quer que nos encontremos fisicamente. Se apenas conseguimos nos sentir em paz em meio a uma floresta com passarinhos cantando ou em uma belíssima praia diante do pôr do sol… Isto significa que ainda nos encontramos dependentes do que há do lado de fora. 

O Qi Gong atinge todas as esferas da saúde: física, emocional e espiritual
Físico, emocional e espiritual são apenas manifestações diferentes da mesma energia. É como se fôssemos uma porta, em que um dos lados está escrito “entrada” e, do outro, “saída”; a porta continua sendo a mesma. Estas três instâncias têm uma inter-relação tão íntima que se torna impossível vivenciar uma transformação em uma sem que esta mudança se expresse nas outras. A partir do momento em que mudamos nossa alimentação, esta mudança acarretará em transformações, da mesma forma que se trabalhamos nosso corpo emocional, ou o espiritual, transformamos todas as esferas de nosso ser. Não importa qual a primeira peça do dominó a ser derrubada: as outras também cairão, em efeito cascata.
Por isso, comece! Uma pequena atitude já é suficiente para iniciar esta revolução interna: uma verdadeira Revolução do Qi. Parafraseando, novamente, Confúcio, “toda caminhada, por mais longa que seja, sempre começa com um único passo”.

Dr. Flávia Melissa - Psicóloga e Acupunturista.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Fisiopatologia da Inflamação

Uma inflamação é a forma do organismo se defender e reagir a uma pancada que cause lesões celulares ou teciduais. Esta reação acontece em vários tipos de tecidos e surge por ação e produção das células afectadas pela pancada.
A inflamação é perfeitamente normal e é parte do sistema imunitário que reage assim à agressão de que foi alvo. O sistema defensor do organismo tem assim contato com os agentes invasores e age de acordo com o tipo de agentes.

Fisiopatologia da inflamação:

Logo após a pancada despontam os acontecimentos vasculares, regulados pela histamina. É bombeado pelo coração mais sangue para a zona afetada, zona essa que ganha uma cor avermelhada derivado do aumento de sangue e também do número de vasos que ficam ativos. Os capilares que são responsáveis pela irrigação sanguínea aumentam de tamanho permitindo um maior volume de circulação de sangue e também levando a um aumento da temperatura local. Em seguida começam a ser produzidos substâncias inflamatórias que aumentam a permeabilidade da pele, possibilitando uma maior entrada de oxigénio no local. O aumento da permeabilidade possibilita o derramamento do líquido intravascular para a zona intersticial que existe entre as várias células.
Ao mesmo tempo acontece a quimiotaxia, na qual as células polimorfonucleares, neutrófilos e macrófagos são chamados para a zona lesionada. Este conjunto de células vão por sua vez produzir mais substâncias químicas, como por exemplo citocinas, bradicinina, prostaglandinas e leucotrienos.
Como a pancada pode ter provocado algum sangramento que é necessário parar, são também “convocadas” para o ponto afetado as plaquetas e o sistema de coagulação do sangue. O sistema de coagulação juntamente com as plaquetas vai criar um coágulo, chamado de fibrina, que tapa as lesões nos vasos sanguíneos, evitando a perda de sangue.
As células endoteliais, as células internas dos vasos sanguíneos, vão ajudar os glóbulos brancos e os leucócitos a sair dos vasos capilares e combater os possíveis agentes que tentem penetrar no organismo usando a ferida que foi deixada pela pancada.

Sintomas de uma inflamação:

Os normais sintomas de uma inflamação são:
  • Aumento da temperatura do corpo na zona afetada.
  • Vermelhidão no local.
  • Inchaço.
  • Dor localizada.
  • Possível perda de função. Por exemplo uma pancada num joelho pode fazer com que se torne mais difícil, ou mesmo impossível, dobrar a perna devido ao inchaço.
A dor:

A dor, um sintoma normalíssimo numa inflamação, acorre, por efeito de algumas substâncias libertadas durante a inflamação e que vão incentivar as terminações nervosas. Também acontece por influência do aumento da sensibilidade ajudada pelas prostaglandinas e pela bradicinina e pela própria compressão que existe devido ao inchar da zona afectada.
Todos estes factores atuam de forma complementar uns com os outros para recuperar da forma mais rápida possível do traumatismo que a zona lesionada sofreu.

OBS: Os anti-inflamatórios químicos convencionais inibem o processo fisiológico de reparação tecidual de um processo inflamatório além de serem homotóxicos, agredirem a mucosa gástrica e desequilibram a flora intestinal.
O Traumeel é uma boa opção para processos inflamatórios, pois atua em conjunto ao processo fisiológico do corpo sem inibi-lo e é Antihomotóxico, não agride a mucosa gástrica e nem desequilibra a flora intestinal por ser natural ( Arnica Montana D2 + Associação).


Medicamento Fitoterápico.

Dr. Julio Cardoso

quarta-feira, 30 de março de 2011

O Fígado na visão da Medicina Tradicional Chinesa

Onde nasce o verdadeiro equilíbrio emocional
 
Na visão da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) o fígado, do ponto de vista energético, está estreitamente envolvido com a vesícula biliar (postura e decisões), mas também com os olhos (sentido da visão), ombros, joelhos e tendões (flexibilidade), unhas, seios e todo o aparelho reprodutor feminino.
Na MTC se diz que o fígado é o órgão mais importante para a mulher, assim como o rim o é para o homem. Praticamente todo o sistema reprodutor feminino é regido pelo fígado, responsável por alterações no ciclo menstrual, presença de cistos de ovário, miomas uterinos, corrimentos ou prurido vaginais, alterações da libido como frigidez e impotência. O fígado é responsável por manter o livre fluxo da energia total do corpo. Como o movimento do sangue segue o movimento da energia, dizemos que o fígado direciona a circulação do sangue e regula também o ciclo menstrual.
Mas seu papel mais importante, é sem dúvida, sobre o equilíbrio emocional. É o livre fluir da energia do fígado que vai nos permitir responder vitoriosamente aos desafios da vida, aos estímulos emocionais e afetivos, 24 horas por dia, cada segundo de nossa vida, sem parar.
Daí começa a responsabilidade e respeito que devemos ter pelo nosso fígado e sistema hepático. E, já podemos deduzir sobre o desgaste intenso ao qual este sistema é submetido no cotidiano da vida moderna. Pouco se sabe sobre sua importância e como auxiliar, ser cúmplice, do fígado nesta missão existencial: equilíbrio emocional e afetivo. Visão, flexibilidade, postura e decisões.
Pelo contrário, só pela má alimentação e sedentarismo, a cultura ocidental faz de tudo para fragilizar o sistema hepático. Os maus hábitos alimentares e de vida levam ao seu desequilíbrio funcional, que leva ao desequilíbrio emocional, que desencadeia mais maus hábitos alimentares e de vida. Este desequilíbrio energético pode se manifestar de várias formas. Dependendo da sua localização: insônia, enxaqueca, hipertensão, problemas digestivos, TPM, etc.
Os problemas ligados ao fígado podem ser por falta ou por excesso de energia circulante. Um bom exemplo de excesso é a raiva, mais exatamente a raiva reprimida e, num quadro de vazio energético, temos a procrastinação e o medo paralisante ou síndrome de pânico. A estagnação do fluxo de energia do fígado freqüentemente desequilibra o emocional, produzindo sentimentos de frustração e ira. Essas mesmas emoções podem levar a uma disfunção no fígado, resultando em um ciclo interminável de causa e efeito.
Como todas as emoções, boas ou más, passam pelo fígado, não devemos reprimi-las infinitamente. A repressão das emoções provoca um bloqueio da energia que leva ao excesso de calor no fígado. Cabe uma distinção entre sentimento e emoção. Os sentimentos geralmente fortalecem os órgãos e servem como mecanismos de defesa para o organismo. Uma certa irritação que nos leva a reagir diante de um ataque ou quando nos sentimos lesados, é diferente da raiva que é cega e destrutiva.
Os olhos são a manifestação externa do fígado. Em outras palavras, o fígado rege o sentido da visão. Assim, patologias da visão irão sinalizar alguma alteração no fígado. As mais comuns são: conjuntivites, olhos vermelhos sem processo inflamatório, coceiras, "vista" seca, visão fraca, embaçada ou borrada, terçol, pontos brilhantes que aparecem no campo visual e outros.
A lágrima é a secreção interna que ajuda a aliviar o fígado. Cuidado com olhos secos. Daí vem a importância do exercício de “piscar os olhos” (sempre – não esquecer) e de não reprimir o choro, embora nem sempre seja conveniente socialmente. Mas, acredite, conter o choro faz mal à saúde. Ah! Uma forma divertida de chorar/lacrimejar é deixando o riso fluir, acontecer no seu dia-a-dia, na sua vida.
As unhas são outra manifestação externa das condições do fígado, e as suas deformidades ou a presença de micose sugerem algum comprometimento do fígado ou desequilíbrio prolongado da sua energia.
O fígado rege as articulações do ombro e joelhos e também os tendões de modo geral. Assim sendo, as bursites e dores nos joelhos sem causa aparente, são sinais de comprometimento da energia do fígado. As tendinites e os estiramentos freqüentes também estão neste quadro.
Todo órgão está associado a uma víscera que, no caso do fígado, é a vesícula biliar. Resumidamente, a vesícula atua mantendo o equilíbrio postural. Todos os quadros de tonturas, vertigens, labirintites estão ligados a ela. Rege a articulação tempero mandibular (ATM). Todas as tensões que ficam retidas no fígado podem ser descarregadas nesta região e produzir o bruxismo, que é um quadro de ranger os dentes, que se manifesta mais freqüentemente durante o sono.
Metafisicamente a vesícula biliar comanda a capacidade de tomarmos decisões assertivas. Uma vesícula desequilibrada se manifestará na forma de indecisões ou mesmo desorientações, perda de rumo.
E, para resumir e partir o mais rápido para a ação de cumplicidade "de bem com o fígado":
- desintoxicar-se diariamente com o aumento do consumo dos alimentos de origem vegetal, maduros, crus, idealmente orgânicos e integrais;
- desintoxicar-se diariamente praticando a terapia do riso, as brincadeiras, as artes, o lazer;
- praticar atividade física moderada diariamente. Vocês não têm noção de como este hábito é vital para o livre fluxo de energia do fígado;
- os sabores ácido e amargo, assim como os alimentos de cor verde são os maiores aliados do fígado. Entretanto, na primavera, evite exagerar nos sabores ácidos e picantes.
- evitar intoxicar-se com alimentos muito gordurosos (pela qualidade, gordura animal e óleos refinados, como pela quantidade), frituras, açúcar, café e álcool;
- evitar vida sedentária e estressante, o mau humor, ilusões e grandes expectativas. Medite e viva na REAL.

Dr. Julio Cardoso

domingo, 27 de março de 2011

O CÉREBRO E OS INTESTINOS

 

A relação do cérebro com os intestinos, embora há muito conhecida pelos grandes códigos de medicina, como a ayurvédica, a chinesa e a tibetana, vem sendo descoberta pelos cientistas.
O aminoácido L-glutâmico – presente na Aloe vera, mas pouco comum à alimen-tação contemporânea – é tão indispensável à regeneração da mucosa intestinal quanto ao processo de reversão dos quadros de senilidade e depressão.
A L-tirosina, igualmente presente no gel da Aloe vera, é precursora dos hormônios tiroxina, melatonina e serotonina – neurotransmissores da tranqüilidade e da alegria de viver, cuja deficiência está relacionada à depressão, agressividade, tendências ao vício do álcool, das drogas etc.
A serotonina é a precursora da melatonina – hormônio produzido pela glândula pineal, o centro superior de processamento de informação eletromagnética, do qual as vias aferentes e eferentes são os meridianos da acupuntura. A melatonina é o antioxidante mais poderoso produzido pelo organismo.
A serotonina e a melatonina têm uma relação de alternância. A primeira predomina quando o cérebro se encontra em estado de alerta e a segunda nos períodos de sono.
O que não se sabia até recentemente é que ambas são secretadas pelas glândulas dos intestinos, e não apenas pela pineal.
As primeiras evidências desse fato vieram das pesquisas do Dr. Michael D. Gershon, autor do livro O Segundo Cérebro,(1) que revelaram dois fenômenos importantíssimos:
• As paredes dos intestinos, estimuladas pela fricção das fibras alimentares, secretam a serotonina.
• A serotonina secretada pelos intestinos é o fator de controle do peristaltismo que, em cadências regulares, movimenta o bolo alimentar e as fezes ao longo do trato gastrintestinal.
• As paredes do trato gastrintestinal são recobertas por uma rede de neurônios diretamente responsáveis pela coordenação de todas as funções digestivas que, embora estejam conectados ao sistema nervoso central, têm total autonomia sobre todas as etapas do processo digestivo.
No Brasil, o Laboratório de Pesquisas em Neurônios Entéricos da Universidade Estadual de Maringá, vem se destacando como centro de pesquisa no assunto.(2) De acordo com o seu coordenador, Dr. Marcílio Hubner de Miranda Neto, os neurônios, tanto do cérebro como dos intestinos, são basicamente de três tipos.

A Natureza dos Neurônios do Cérebro e dos Intestinos

Associativaconduzem as informações a serem processadas.
Motorarespondem aos estímulos.
Sensitivacaptam os estímulos do meio ambiente e os levam
aos centros nervosos.


O intestino é o único órgão capaz de funcionar de modo totalmente independente do sistema nervoso central. A autonomia vem de sua habilidade em produzir arcos reflexos – intertransmissão de estímulos entre os neurônios sensitivos, associativos e motores – que tanto lhes permite captar as informações, como processá-las e responder de acordo com a necessidade do momento. Em outras palavras, os intestinos também pensam, decidem e executam tarefas tal qual um cérebro.
Torna-se, portanto, óbvia a relação entre os intestinos saudáveis e a sensação de autoconfiança e de auto-estima, e porque os que padecem de prisão de ventre têm problemas relacionados à autoconfiança e à auto-estima. Isso explica porque o sistema floral de Bach indica o Crab Apple tanto para aumentar a auto-estima como para combater a prisão de ventre.
Sob a batuta dos neurônios entéricos, os alimentos devem percorrer o tubo digestivo a uma velocidade ideal, para que o bolo alimentar ou fecal não fique retido, em lugar algum, mais do que o tempo necessário.
Qualquer alteração física ou mental se reflete na aceleração ou desaceleração dos movimentos peristálticos – diarréia ou prisão de ventre –, cuja cronicidade gera conseqüências desastrosas.

• Diarréia

- Desidratação e perda de sais minerais, cuja conseqüência mais imediata é o desequilíbrio ácido-alcalino.
- Perda da fluidez dos humores, dificultando a desintoxicação, nutrição, oxigenação das células e dos humores e controle sobre metabolismo celular.
- Deficiência dos sucos digestivos, promovendo a má digestão, as inflamações intestinais, a perda da permeabilidade da mucosa intestinal, exaustão do sistema imunitário, subnutrição celular, problemas emocionais e mentais etc.

• Prisão de ventre

- Fermentação, putrefação e oxidação do bolo alimentar.
- Intoxicação do organismo e congestão hepática'.
- Disbiose da flora intestinal.
- “en-fez-amento” descontrolado.
- Ressecamento e acúmulo de fezes nas paredes intestinal, impedindo a absorção dos nutrientes devido ao sufocamento da mucosa, promovendo um ambiente propício à flora disbiótica e aos processos infecciosos e inflamatórios.
Sendo 90% da serotonina produzida pelos intestinos, assim termina o Dr. Helion Póvoa seu livro O Cérebro Desconhecido:
Quando analisamos o fato de que o intestino é fundamental na formação da seroto-nina, nada mais é preciso acrescentar. A alegria e a inteligência emocional, de que tanto precisamos para viver bem, começam realmente a partir do intestino! Por isso só nos resta garantir a esse fantástico órgão matérias-primas de primeira qualidade, o que conseguimos com uma alimentação saudável. Ele, inteligentemente, se encarregará de garantir nossa saúde e nossa felicidade.(3)
Por isso, a higiene alimentar e a higienização dos intestinos também são essenciais à prevenção e à reversão dos quadros de distúrbios emocionais e problemas mentais que, segundo estatística um tanto benevolente, hoje atinge 25% da população mundial.
Os alimentos, portanto, podem estar fazendo com que os intestinos padeçam e a alma chore. Nesses casos vale a pena recorrer ao socorro da Aloe vera. Devido à sua ação sobre a rede neural entérica da mucosa intestinal, ela promove a produção da serotonina e da melatonina, assim como o peristaltismo.
Aumenta a qualidade do sono, a sensação de bem-estar, o otimismo, o bom humor, a capacidade de atenção e de raciocínio. Os pensamentos ficam mais leves e a vida mais prazerosa.
REFERÊNCIAS:
(1) Gershon, Michael D. O Segundo cérebro. Ed. Campus, Rio de Janeiro, 2000.
(2) http://www.aduem.org.br/revista/revista_ocerebrodointestino.htm
(3) Póvoa, Helion. O cérebro desconhecido. Objetiva, Rio de Janeiro, 2002