Não é nenhuma
novidade que o mundo vem passando por uma imensa transformação. A cada vez mais
frequente ocorrência de catástrofes naturais, bem como o surgimento de doenças
vorazes e a aceleração de processos na natureza que levariam centenas de anos
para acontecer, como o derretimento das calotas polares, indicam que o planeta
está passando por um momento de transformação muito grande, e extremamente
importante.
Nossos tempos são
marcados pela velocidade. Da mesma forma que as transformações no planeta
ocorrem mais rapidamente do que jamais foi visto anteriormente, a tecnologia
possibilita que esta mesma velocidade seja impressa nos meios de comunicação.
Alguma coisa acontece na China e, em questão se segundos, a notícia chega em
uma ilha remota da costa do Peru. Não existem mais limites para o conhecimento,
nem para a realização de qualquer coisa: dizem os místicos que estes são sinais
de quinta dimensão, uma dimensão em que os pensamentos são poderosos, em que
somos capazes de materializar qualquer coisa: nossos sonhos e também nossos
piores pesadelos. Por isso é muito importante que nos encontremos conectados
com nossa verdadeira essência e nossos verdadeiros propósitos.
Estar conectado
significa estar consciente. Consciente do importante papel que cada um de nós
desempenha neste processo, do nosso poder de atração da realidade que desejamos
ver materializada, de que cada atitude conta no processo de criação do futuro
que pretendemos viver. Por isso é muito importante que estejamos em sintonia
com nós mesmos, com nossos verdadeiros ideais, nossos verdadeiros desejos e
aspirações. Como já dizia Confúcio, “Nossos pensamentos determinam nossas ações
e nossas ações determinam nosso destino”. Da mesma forma que somos o que
comemos… Aparentemente, também somos o que pensamos e teremos o que
acreditamos.
Toda moeda tem dois
lados, e o momento atual também nos impõe aspectos positivos e negativos. Da
mesma forma que a velocidade dos dias atuais nos move adiante, no sentido de
realizar e concretizar nossos desejos e aspirações, por outro lado também
dificulta muito que tomemos consciência de nós mesmos e de nossas verdadeiras
motivações. Somos exigidos e constantemente estimulados a nos conectar o tempo
todo – mas com o mundo exterior. O “fora” nos chama tanto a atenção que
falta-nos tempo para olhar para o “dentro”. Falta-nos tempo para estarmos
simplesmente sentados diante de uma bela paisagem e passar algum tempo sendo apenas
nós mesmos, apenas sentindo nossos sentimentos e sonhando nossos sonhos.
Estamos tão aprisionados pelo que acontece do lado de fora que nos esquecemos
do que acontece do lado de dentro – e este é o lado que realmente
importa.
Quando nascemos,
somos a imagem perfeita da Serenidade. Quando o bebê está na barriga de sua mãe
ele se encontra absolutamente sereno – todas as suas necessidades são
satisfeitas e ele não recebe nem mais nem menos do que precisa. Mas a partir do
momento em que nasce, a criança vai perdendo gradativamente esta sensação de
serenidade, pois vai se “intoxicando” através dos estímulos externos. Conforme
vai crescendo, a perda de contato com o interior vai se tornando cada vez maior
à medida em que vamos nos encaixando nos ideais e valores de nossa sociedade.
Temos de ser um monte de coisas, temos de sentir determinados sentimentos, não
podemos expressar nossos verdadeiros propósitos se, acaso, eles forem
contrários aquilo que o meio em que vivemos exige de nós. Evidentemente: temos de
nos adaptar minimamente à sociedade e atender a seus valores e normas;
entretanto, tais valores e normas representam a repressão absoluta de
determinadas facetas de nós mesmos, que gradativamente sufocamos sem ter
consciência sequer de que existam.
Quando nos tornamos
mais velhos, começa a exigência do TER. Temos de ter isso, ou aquilo, a roupa
de marca ou o celular da moda. Tudo o que nos cerca nos induz ao consumismo – e
lembremos aqui que o pós-fixo “ismo” por si só já induz a idéia de que o
consumo desenfrado pode ser entendido como uma doença. É como se, através do
ato de adquirir constantemente coisas, pudéssemos preencher um espaço vazio, em
eterna busca pela completudo abandonada no momento do nascimento. Assim,
gradativamente o “ter” vai substituindo o “ser”, e o que temos se torna mais
importante do que o que somos.
A meditação é uma
das ferramentas que ajudam a "limpar" o organismo
Em muitos aspectos,
podemos comparar nosso corpo a um computador. Todas estas necessidades, as
exigências e a superestimulação do sistema podem ser comparados a vírus e
arquivos temporários que vamos acumulando no espaço disponível. Assim, de
tempos em tempos, precisamos “limpar” o computador, passar um anti-vírus,
desfragmentar o sistema, para que o computador funcione melhor.
Existe uma série de
ferramentas que podem servir como esta desfragmentação do nosso sistema.
Podemos meditar, podemos fazer alguma atividade física que integre corpo e
mente e que nos recoloque neste lugar especial que não pode ser preenchido de
outra forma que não seja com a nossa própria energia. Atividades como o Qi
Gong, que trabalham o corpo físico através da respiração, possibilitam que
trabalhemos nossa energia de modo a nos reabastecer daquilo que há muito
abandonamos: nosso estado natural de Serenidade.
A própria palavra
Qi Gong significa “trabalho da energia”, Qi significando energia e Gong,
trabalho. Existem diversas modalidades de Qi Gong, mas todas elas têm em comum
o princípio de trabalhar nossa energia no sentido de curar nosso corpo físico,
de limpá-lo das toxinas que o estresse gradativamente vai liberando em nosso
organismo. Existem certas práticas de Qi Gong que nos possibilitam captar a
energia da natureza e utilizá-las em nosso processo de cura ou até mesmo no
processo de cura de outras pessoas. É possível utilizar nossa energia, somada à
energia da natureza, para modificar a vibração de alimentos, de ambientes e até
mesmo do planeta.
Evidentemente que
buscar este estado de tranquilidade em meio à natureza é incrivelmente mais
fácil, mas a realidade é que temos de desenvolver métodos que nos possibilitem
alcançar este estágio e estado de espírito onde quer que nos encontremos
fisicamente. Se apenas conseguimos nos sentir em paz em meio a uma floresta com
passarinhos cantando ou em uma belíssima praia diante do pôr do sol… Isto
significa que ainda nos encontramos dependentes do que há do lado de
fora.
O Qi Gong atinge
todas as esferas da saúde: física, emocional e espiritual
Físico, emocional e
espiritual são apenas manifestações diferentes da mesma energia. É como se
fôssemos uma porta, em que um dos lados está escrito “entrada” e, do outro,
“saída”; a porta continua sendo a mesma. Estas três instâncias têm uma
inter-relação tão íntima que se torna impossível vivenciar uma transformação em
uma sem que esta mudança se expresse nas outras. A partir do momento em que
mudamos nossa alimentação, esta mudança acarretará em transformações, da mesma
forma que se trabalhamos nosso corpo emocional, ou o espiritual, transformamos
todas as esferas de nosso ser. Não importa qual a primeira peça do dominó a ser
derrubada: as outras também cairão, em efeito cascata.
Por isso, comece!
Uma pequena atitude já é suficiente para iniciar esta revolução interna: uma
verdadeira Revolução do Qi. Parafraseando, novamente, Confúcio, “toda
caminhada, por mais longa que seja, sempre começa com um único passo”.
Dr. Flávia Melissa
- Psicóloga e Acupunturista.
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