quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Revolução do Qi

Não é nenhuma novidade que o mundo vem passando por uma imensa transformação. A cada vez mais frequente ocorrência de catástrofes naturais, bem como o surgimento de doenças vorazes e a aceleração de processos na natureza que levariam centenas de anos para acontecer, como o derretimento das calotas polares, indicam que o planeta está passando por um momento de transformação muito grande, e extremamente importante.
Nossos tempos são marcados pela velocidade. Da mesma forma que as transformações no planeta ocorrem mais rapidamente do que jamais foi visto anteriormente, a tecnologia possibilita que esta mesma velocidade seja impressa nos meios de comunicação. Alguma coisa acontece na China e, em questão se segundos, a notícia chega em uma ilha remota da costa do Peru. Não existem mais limites para o conhecimento, nem para a realização de qualquer coisa: dizem os místicos que estes são sinais de quinta dimensão, uma dimensão em que os pensamentos são poderosos, em que somos capazes de materializar qualquer coisa: nossos sonhos e também nossos piores pesadelos. Por isso é muito importante que nos encontremos conectados com nossa verdadeira essência e nossos verdadeiros propósitos. 
Estar conectado significa estar consciente. Consciente do importante papel que cada um de nós desempenha neste processo, do nosso poder de atração da realidade que desejamos ver materializada, de que cada atitude conta no processo de criação do futuro que pretendemos viver. Por isso é muito importante que estejamos em sintonia com nós mesmos, com nossos verdadeiros ideais, nossos verdadeiros desejos e aspirações. Como já dizia Confúcio, “Nossos pensamentos determinam nossas ações e nossas ações determinam nosso destino”. Da mesma forma que somos o que comemos… Aparentemente, também somos o que pensamos e teremos o que acreditamos. 
Toda moeda tem dois lados, e o momento atual também nos impõe aspectos positivos e negativos. Da mesma forma que a velocidade dos dias atuais nos move adiante, no sentido de realizar e concretizar nossos desejos e aspirações, por outro lado também dificulta muito que tomemos consciência de nós mesmos e de nossas verdadeiras motivações. Somos exigidos e constantemente estimulados a nos conectar o tempo todo – mas com o mundo exterior. O “fora” nos chama tanto a atenção que falta-nos tempo para olhar para o “dentro”. Falta-nos tempo para estarmos simplesmente sentados diante de uma bela paisagem e passar algum tempo sendo apenas nós mesmos, apenas sentindo nossos sentimentos e sonhando nossos sonhos. Estamos tão aprisionados pelo que acontece do lado de fora que nos esquecemos do que acontece do lado de dentro –  e este é o lado que realmente importa. 
Quando nascemos, somos a imagem perfeita da Serenidade. Quando o bebê está na barriga de sua mãe ele se encontra absolutamente sereno – todas as suas necessidades são satisfeitas e ele não recebe nem mais nem menos do que precisa. Mas a partir do momento em que nasce, a criança vai perdendo gradativamente esta sensação de serenidade, pois vai se “intoxicando” através dos estímulos externos. Conforme vai crescendo, a perda de contato com o interior vai se tornando cada vez maior à medida em que vamos nos encaixando nos ideais e valores de nossa sociedade. Temos de ser um monte de coisas, temos de sentir determinados sentimentos, não podemos expressar nossos verdadeiros propósitos se, acaso, eles forem contrários aquilo que o meio em que vivemos exige de nós. Evidentemente: temos de nos adaptar minimamente à sociedade e atender a seus valores e normas; entretanto, tais valores e normas representam a repressão absoluta de determinadas facetas de nós mesmos, que gradativamente sufocamos sem ter consciência sequer de que existam. 
Quando nos tornamos mais velhos, começa a exigência do TER. Temos de ter isso, ou aquilo, a roupa de marca ou o celular da moda. Tudo o que nos cerca nos induz ao consumismo – e lembremos aqui que o pós-fixo “ismo” por si só já induz a idéia de que o consumo desenfrado pode ser entendido como uma doença. É como se, através do ato de adquirir constantemente coisas, pudéssemos preencher um espaço vazio, em eterna busca pela completudo abandonada no momento do nascimento. Assim, gradativamente o “ter” vai substituindo o “ser”, e o que temos se torna mais importante do que o que somos. 

A meditação é uma das ferramentas que ajudam a "limpar" o organismo
Em muitos aspectos, podemos comparar nosso corpo a um computador. Todas estas necessidades, as exigências e a superestimulação do sistema podem ser comparados a vírus e arquivos temporários que vamos acumulando no espaço disponível. Assim, de tempos em tempos, precisamos “limpar” o computador, passar um anti-vírus, desfragmentar o sistema, para que o computador funcione melhor.
Existe uma série de ferramentas que podem servir como esta desfragmentação do nosso sistema. Podemos meditar, podemos fazer alguma atividade física que integre corpo e mente e que nos recoloque neste lugar especial que não pode ser preenchido de outra forma que não seja com a nossa própria energia. Atividades como o Qi Gong, que trabalham o corpo físico através da respiração, possibilitam que trabalhemos nossa energia de modo a nos reabastecer daquilo que há muito abandonamos: nosso estado natural de Serenidade. 
A própria palavra Qi Gong significa “trabalho da energia”, Qi significando energia e Gong, trabalho. Existem diversas modalidades de Qi Gong, mas todas elas têm em comum o princípio de trabalhar nossa energia no sentido de curar nosso corpo físico, de limpá-lo das toxinas que o estresse gradativamente vai liberando em nosso organismo. Existem certas práticas de Qi Gong que nos possibilitam captar a energia da natureza e utilizá-las em nosso processo de cura ou até mesmo no processo de cura de outras pessoas. É possível utilizar nossa energia, somada à energia da natureza, para modificar a vibração de alimentos, de ambientes e até mesmo do planeta.
Evidentemente que buscar este estado de tranquilidade em meio à natureza é incrivelmente mais fácil, mas a realidade é que temos de desenvolver métodos que nos possibilitem alcançar este estágio e estado de espírito onde quer que nos encontremos fisicamente. Se apenas conseguimos nos sentir em paz em meio a uma floresta com passarinhos cantando ou em uma belíssima praia diante do pôr do sol… Isto significa que ainda nos encontramos dependentes do que há do lado de fora. 

O Qi Gong atinge todas as esferas da saúde: física, emocional e espiritual
Físico, emocional e espiritual são apenas manifestações diferentes da mesma energia. É como se fôssemos uma porta, em que um dos lados está escrito “entrada” e, do outro, “saída”; a porta continua sendo a mesma. Estas três instâncias têm uma inter-relação tão íntima que se torna impossível vivenciar uma transformação em uma sem que esta mudança se expresse nas outras. A partir do momento em que mudamos nossa alimentação, esta mudança acarretará em transformações, da mesma forma que se trabalhamos nosso corpo emocional, ou o espiritual, transformamos todas as esferas de nosso ser. Não importa qual a primeira peça do dominó a ser derrubada: as outras também cairão, em efeito cascata.
Por isso, comece! Uma pequena atitude já é suficiente para iniciar esta revolução interna: uma verdadeira Revolução do Qi. Parafraseando, novamente, Confúcio, “toda caminhada, por mais longa que seja, sempre começa com um único passo”.

Dr. Flávia Melissa - Psicóloga e Acupunturista.

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