quinta-feira, 19 de abril de 2012

O Inconsciente - o porão do seu cérebro.



As doenças e seus sintomas são expressões do inconsciente, assim como os sonhos. Por isso é importante resolvermos os conflitos internos para impedirmos que o inconsciente se comunique através da linguagem do corpo. Mas como entender essa parte da mente tão misteriosa? O inconsciente não é lógico, mas primitivo e antigo. Sendo assim, ele não se exprime em palavras racionais ou pensamentos realistas, e sim através de imagens, fantasias e principalmente, sensações físicas.
No inconsciente ficam os conteúdos que alteram e influenciam o comportamento, tudo que é considerado agressivo à consciência. Pode-se dizer que o inconsciente é semelhante a um porão, onde se guarda tudo que não queremos ver e onde há bem mais coisas que imaginamos.
Quando acontece algo que nos magoa profundamente, como decepções, traições, perdas, estas vão aos poucos se somando e acumulando, transformando-se em ressentimentos, mágoas, frustrações, que podemos negar conscientemente, mas tudo fica registrado em nosso inconsciente. Geralmente quando acontece algo, nossa mente busca mecanismos de defesa para evitar a dor, e os mais comuns são a negação e a repressão. Assim, negamos o que sentimos ou reprimimos. Tais lembranças são reprimidas no inconsciente como forma de defesa e censura interna. Nossa mente recorre ainda a outro mecanismo de defesa, a conversão, onde os conflitos emocionais são convertidos em sintomas físicos.
Mas conforme outras situações acontecem trazendo mais dor e que não conseguem ser expressas nem compreendidas pelo consciente, elas não somem simplesmente, mas são guardadas em nosso inconsciente; aonde vai se somando às anteriores até um momento que a mente não suporta mais e busca um canal de expressão: o corpo. Isso é a somatização. Os conflitos vão sendo somados até conseguirem se expressar.
É importante entender que não são os traumas que nos tornam doentes, mas sim a incapacidade de expressá-los, por isso se torna tão importante identificarmos nossos sentimentos e conseguirmos expressá-los, ao menos para nós mesmos. Porém, como nem sempre identificamos ou expressamos nossos sentimentos quando ocorrem, sendo muitas vezes originado durante nossa infância, a doença surge para nos mostrar que é preciso identificar algum conflito que ficou do passado. Mesmo que um sentimento seja inaceitável por parte de seu ser consciente, alerta, racional, isso não quer dizer que tal sentimento deixe de existir, mas será reprimido no inconsciente de maneira automática. Por exemplo, você encontra-se numa situação que o faz sentir raiva. Esta raiva pode ser inaceitável por parte de seu consciente, mas sem a consciência desse sentimento, você a reprime. Conforme reprimimos aquilo que nos afeta, a tensão é acumulada até que consiga uma maneira de ser extravasada, podendo ser via crise de pânico, ansiedade ou depressão.
Para aliviar essa tensão imposta pelos conflitos reprimidos, o inconsciente pode se expressar por meio da linguagem fisiológica. Assim sendo, o inconsciente expressa através do corpo aquilo que nossa psique não conseguiu elaborar. É quando se torna importante a psicoterapia. Uma das finalidades da psicoterapia é a de tornar consciente aquilo que tenha sido anteriormente inconsciente, visando a solução das dificuldades com a mente consciente e racional.
Quando há um maior entendimento das causas dos sintomas em nosso corpo, entendendo esse processo inconsciente e, principalmente, o que ele tenta nos mostrar através dos sintomas, mais facilmente poderemos encontrar a cura. Caso esteja tendo sintomas recorrentes ou não, procure um profissional com especialização em Psicossomática, que poderá te orientar como entender melhor essa linguagem do inconsciente que expressa as emoções em nosso corpo.
A aceitação e a elaboração de todo esse processo que, muitas vezes nos é mostrado através dos sintomas, nos conduz ao caminho da cura, do equilíbrio, que nada mais é que a busca de si mesmo, o self, termo usado na terminologia de Jung. Muitas pessoas resistem a esse encontro consigo mesmo, preferindo recorrer apenas ao uso de remédios, e que muitas vezes são apenas paliativos, que não eliminam a causa. O objetivo com a psicoterapia e o confronto com os próprios sentimentos não é colocar o dedo na ferida, pois na verdade a ferida já está lá. Ela não surge no momento em que é identificada, somente se torna mais consciente. É através desse passo de coragem, confrontando aquilo que está dentro de cada um de nós, é que podemos obter a possibilidade de cura.
 A chave da cura está em você mesmo, basta se deixar curar.
Equilibre-se.